TPC é a sigla de “Terapia pós-ciclo”, ou seja, um período pelo qual se passa utilizando de algumas substâncias a fim de estabilizar eixos hormonais e diminuir efeitos rebotes os quais podem ser causados pelo uso de esteroides anabolizantes. Para a maioria das pessoas as quais não seguem protocolos de uma utilização contínua de ergogênicos hormonais, a TPC torna-se tão ou mais essencial quanto o próprio ciclo.
Infelizmente nos dias de hoje o uso de esteroides hormonais acabou por ser banalizado, fazendo com que muitas pessoas passem a recorrer a este tipo de “ajuda”, inclusive as mulheres. Normalmente quando falamos em TPC, nos remetemos a seus protocolos para homens, afinal os grandes efeitos causados pelos ergogênicos acontecem com o sexo masculino. Entretanto, o sexo feminino não está livre de alguns desses prejuízos e com a crescente utilização de ergogênicos por mulheres, é essencial conhecermos um pouco desse lado ainda pouco estudado.
As mulheres podem ter efeitos colaterais com o uso de ergogênicos hormonais?
Desníveis hormonais, desníveis no ciclo menstrual, características masculinas pelo corpo… Esses são só inícios do que pode se transformar em colaterais muito piores para as mulheres que decidem fazer uso de esteroides anabolizantes.
Sem sombra de dúvidas, uma mulher pode ter tantos colaterais quanto homens frente a utilização de megadoses hormonais. A grosso modo, entre os efeitos colaterais mais comuns do primeiro efeito rebote causado pelo aumento de estrógeno, estão avirilização, a qual causa desde aumento de pelos, a dismorfia vaginal, dismorfia nas mamas, engrossamento de voz. A queda na SHBG pode ocasionar queda de cabelo, acne, alguns tipos de aumentos bruscos nos próprios hormônios femininos e grande perda de massa muscular, sacrificando não só o que foi atingido no ciclo, mas antes dele também, diminuição de libido, aumento de coágulos sanguíneos, quedas hormonais que podem causar irritabilidade, depressão, mal humor, aumento do risco de doenças autoimunes cardiovasculares, entre muitos outros.
Por este e outros motivos é que hoje em dia a TPC precisa ser feita tanto por homens quanto por mulheres, pois os efeitos colaterais e os problemas gerados pelo uso de hormônios já não são mais de exclusividade do sexo masculino. Muitas mulheres acabam negligenciando esses fatores e passando a adquirir todos esses colaterais que podem ser um pouco evitáveis.
As principais substâncias na TPC feminina
Devido ao aumento de estrógeno, que pode causar todos os efeitos anteriores e mais alguns, pode-se pensar em uma utilização a de algum bloqueador de estrógeno, como o tamoxifeno que é um modulador seletivo do estrógeno. Outra opção é o próprioclomifeno. Essas substâncias podem auxiliar no aumento dos níveis de LH e podem auxiliar na ovulação e no retorno das condições normais de menstruação.
Já para os efeitos androgênicos pode-se pensar em medicamentos que possam o suprimir, como a espirolactona. Entretanto essas drogas normalmente farão com que os próprios androgênicos do corpo caiam e haja perda brusca de massa muscular. Logo precisa ser usado com cuidado e cautela, sempre com acompanhamento médico.
O HCG aumenta a produção de progesterona nas mulheres, portanto pode ser uma droga útil em ciclos que causem grande opressão a produção desse hormônio.
Algumas substâncias de origem alopática e funcionais também podem ser úteis no caso da TPC feminina. Algumas delas podem ser as relacionadas a sínteses hormonais, reposições de estruturas danificadas por ciclos, diminuição da retenção hídrica entre outros. Há de se citar a piridoxina, o óleo de prímula, o ômega-3, a falsa raiz de unicórnio, a urtiga e o próprio tribullus terrestris, utilizado em questões de libido. Além disso, vitaminas antioxidantes C e E merecem atenção, assim como devidas reposições de cálcio, vitamina D3, magnésio e zinco. Devemos lembrar ainda que, devido a retenção hídrica, alguns chás como o verde ou mesmo o de quebra-pedras podem ser úteis.
É muito comum que haja quedas hormonais que ocasionem desvios no humor e possam gera até mesmo a depressão em casos mais severos. Portanto, é prudente a administração de 5HTP, Tirosina e precursores de dopamina.
Afinal, existe um protocolo correto?
Nem mesmo para homens podemos considerar que haja protocolos totalmente corretos, mas sim os que se baseiam em empirismo. Mesmo com acompanhamento médico, nutricional e de outros profissionais da saúde, não há nada que possa ser totalmente eficaz contra os efeitos colaterais de ergogênicos hormonais. Se tratando então de mulheres, tanto o número de estudos, quando o número de uso são relativamente menores, o que dificulta ainda mais o entendimento completo.
Dessa forma, sem sombra de dúvidas, o melhor protocolo a ser seguido é irdiminuindo as dosagens progressivamente até a suspensão do uso. Assim como medicamentos neuroativos, os anabolizantes necessitam ir pouco a pouco sendo retirados do corpo para que o eixo não sofra impactos bruscos e gere colaterais ainda mais intensos.
Apesar dessa regressão de dosagem, é indispensável que também se siga protocolos dietéticos e de treinamento (incluindo aeróbios) adequados. Sem esses, tanto os ganhos durante o ciclo e após serão minimizados e grandemente prejudicados.
A terapia pós-ciclo feminina é fundamental que seja feita após e/ou durante o ciclo, porém ainda desconhecida e negligenciada pela maioria.
Apesar de existirem formas de minimizar os danos causados pelo uso de ergogênicos hormonais, essas não são totalmente eficazes e apenas minimizam esses malefícios. Assim, ao que mais parece certo, a diminuição progressiva das dosagens é o que apresenta melhores efeitos.
Procure sempre manter-se longe de tais substâncias e caso ainda sim insista no uso, busque sempre auxílio profissional.
Lembre-se que nada substitui treinamento, dieta e descanso levados a sério!
Fonte: dicasdemusculacao.org/