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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Lesões no ombro – Conheça a capsulite adesiva




Voltamos a falar das lesões de ombro, afinal é um complexo articular que muito lesiona, devido à sua anatomia e sua grande amplitude de movimento. O ombro é um dos maiores causadores de dor, incapacidades e infuncionalidades, necessitando, muitas vezes, de tratamento cirúrgico e muita fisioterapia, para que seja possível reverter esses casos. É uma estrutura, que, às vezes, não damos muita importância, mas é essencial sua integridade em nossas avd’s, ou, atividades de vida diária. Neste artigo vamos abordar a capsulite adesiva, ou ombro congelado, como também é conhecida.

O que é a capsulite adesiva?

Para relembrar um pouco a anatomia, que já foi mencionada neste artigo (lesões de ombro – saiba tudo sobre a síndrome do impacto), o ombro não é uma articulação só, e sim um complexo articular formado por três articulações diferentes que são: esternoclavicular, acromioclavicular e a glenoumeral. E a articulação é composta por cápsula, cartilagem, cavidade articular, líquido sinovial, e bursa. Outras estruturas que auxiliam na estabilização e sustentação do ombro são os ligamentos, tendões, fáscias e músculos, sendo o grupo muscular manguito rotador, os principais estabilizadores. A capsulite adesiva acontece na cápsula articular (que é o que envolve e encerra a superfície articular) da articulação glenoumeral, que é a mais instável, sendo que a cavidade glenóide é três vezes menor do que a cabeça do úmero, dessa forma não havendo congruência suficiente para boa estabilidade. No entanto, é esse fator que permite a maior amplitude de movimento nesta articulação do que nas outras.
Segundo Filho (2005):
“Na capsulite adesiva, ocorre uma inflamação na cápsula articular, onde a mesma se encontra espessa, retraída, frágil, inelástica e com aderências – daí o nome popular de ombro congelado. Esses fatores trazem sintomas como rigidez e limitação articular, dor no ombro, e, por causa desses elementos, formando contraturas e retrações musculares, que vão ocasionar a perda de movimentos do braço, sendo principalmente afetadas a elevação anterior e rotação lateral e medial.”
Isso torna difíceis as atividades simples do dia-a-dia, como por exemplo, pentear o cabelo, se vestir, alcançar objetos. Essa patologia acomete principalmente mulheres de idades entre 40 e 60 anos, e o lado não dominante é o mais envolvido.Alguns dos sintomas específicos para o diagnóstico fidedigno da lesão são: dor mal localizada e de início espontâneo no ombro, geralmente sem história de trauma, mas também pode ocorrer por algum tipo de trauma; a dor é mais forte em repouso e à noite e normalmente diminui a intensidade em algumas semanas ou meses.


Causas da capsulite adesiva

A capsulite adesiva pode ter várias causas e outros fatores que podem estar associados com o seu aparecimento, e esses fatores são divididos em primário e secundário.
Na capsulite adesiva primária, o aparecimento da doença é idiopático, ou seja, desconhecido, não possui causas específicas. A causa primária pode acometer os dois ombros, e é altamente resistente aos tratamentos.
A capsulite adesiva secundária se inicia a partir de uma causa definida, é associada a outras doenças, como traumas, fraturas, lesões, tendinites, bursites, tumores, depósito desordenado de cálcio, cirurgias ou imobilizações por grande período de tempo. Também pode ter relação a alterações hormonais, imunológicas, algumas doenças cardiológicas e neurológicas, além da diabetes que é um quesito que trás três vezes mais chance de o indivíduo desenvolver a doença.
Fases
A capsulite adesiva acontece em três fases diferentes, caracterizando a patologia, e trazendo aspectos próprios de cada período.
primeira fase pode ser chamada de aguda, hiperálgica ou inflamatória: acontece quando a cápsula articular é atingida pela inflamação, a dor geralmente tem início leve, mas vai progredindo ao passar dos dias, e se torna forte e incapacitante. Essa dor aumenta durante a noite e atrapalha o sono. A movimentação do ombro é muito dolorosa, e vai perdendo amplitude gradualmente. Essa fase pode durar de 2 a 6 meses.
Segunda fase, enrijecimento ou congelamento: a dor diminui de intensidade e deixa de ser contínua, mas à noite continua a incomodar. Também é dolorosa a mobilização do ombro, apresentando muita rigidez e bloqueio, principalmente à abdução (movimento de abertura) e rotações do ombro, ocorre ainda mais diminuição do movimento. Essa fase pode durar até 12 meses.
A terceira fase, é intitulada de descongelamento, ocorre a melhora e liberação progressiva dos movimentos e da dor, pode ter duração variável. Mas é frequente entre 9 e 24 meses. É o período de resolução da doença, e reparação da elasticidade capsulo-ligamentar, no entanto, a total recuperação da mobilidade é lenta e difícil, e muitas vezes, dependendo do tempo de cada fase, pode ser impossível recuperar a amplitude total do ombro, devido à fibrose local ocorrida.
Tratamento da capsulite adesiva:
É baseado no uso de medicamentos anti-inflamatórios, e fisioterapia, visando diminuir a dor e a inflamação, ganhar mobilidade, amplitude de movimento e força. Mas, sem dúvida, o tratamento deve ser individualizado, levando em conta a fase que o indivíduo se encontra e o grau de dor e rigidez articular. Os resultados são lentos e graduais.
Levando em conta as etiologias e causas da capsulite adesiva, é fácil concluir que sua prevenção não tem a ver apenas com as questões de exercícios para fortalecimento e alongamento, para que a nutrição e lubrificação da cápsula articular estejam ocorrendo correta e constantemente, ou que a musculatura esteja bem preparada para todas as atividades do dia, mas também tem relação com patologias sistêmicas. E isto quer dizer, que se algum elemento estiver descompensado, este pode facilitar também o aparecimento da doença. Logo, o corpo deve estar em sintonia, e assim, não só a capsulite adesiva será prevenida, mas também outras doenças incapacitantes.
Referências: FILHO, Arnaldo Amado Ferreira. Capsulite adesiva. Rev Bras Ortop. 2005;40(10):565-74
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